O animal satisfeito dorme (Guimarães Rosa)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Relacao (da mobilidade ofensiva) com o espaco, momento de jogo e tarefa especifica

Espaco
As opcoes de ruptura da organizacao adversaria, como desmarcacoes em direcao a balizaria adversaria, sao cada vez em maior frequencia a medida que consideramos a aproximacao a mesma, diminuindo em contra-ponto as acoes de apoio e progressao, significando que a mobilidade em espacos mais adiantados ee de maior risco e procura do gol em vez de ser em seguranca paa apoio. A acao de apoio ee o elemento mais marcante antes de o jogador ter o controle da bola, pelo que percebemos que um aspecto importante a ter em conta para a mobilidade ee a percepcao do controle da bola pelos companheiros, que sendo maior permite a procura de espacos mais vantajosos.

Igualmente a medida que o centro do jogo se aproxima da baliza adversaria, mais jogadores de diferentes setores trocam de posicao entre si, demonstrativo da necessidade variabilidade posicional perante a marcacao e pressao do adversario. Grande parte das acoes de ruptura faz-se em profundidade, procurando espacos favoraveis a finalizacao em melhores condicoes, sendo que as acoes recuadas relativamente a estas sao fundamentalmente de apoio em cobertura, visando a ajuda e protecao as acoes de risco que se realizam cada vez mais perto da baliza.

Assim, parece que a mobilidade ocorre numa relacao proxima com a necessidade de equilibrio da equipe, num balanco entre risco e seguranca; ou seja, onde se pede maior seguranca, esta nao ocorre tanto, mas a medida que se aceitam comportamentos de maior risco, assistimos a um privilegio desta acao.

Momento de jogo
Como sabemos desde inicio, a transicao ofensiva ee o momento privilegiado para aproveitar a eventual desorganizacao do adversario, pelo que se espera que a variabilidade posicional pelos sucessivos desdobramentos em mobilidade surja muito nestas situacoes.

Segundo Castelo, as acoes apos a recuperacao da posse de bola (transicao ofensiva) caracterizam-se por uma elevada cadencia na circulacao da bola e dos jogadores, executando comportamentos essencialmente pelo lado do risco, ou seja, realizam-se fundamentalmente desmarcacoes para progressao e poucas acoes de apoio.

No que diz respeito ao momento da organizacao ofensiva, a etapa de construcao do jogo consta de circulacoes, combinacoes e acoes taticas individuais e coletivas visando a progressao da bola para as zonas propicias a finalizacao. Desta etapa do ataque, ee caracteristica fundamental a circulacao tatica, que pela sua fluidez e carater continuo no sentido de criar erros na defensiva adversaria, a circulacao de jogadores em constantes desmarcacoes sucessivas de acordo com a circulacao da bola torna-se imprescindivel, sendo a mobilidade um principio fundamental a concretizacao dos seus objetivos.

No momento de criar situacoes de finalizacao, as combinacoes taticas poderao contribuir com maior velocidade e precisao na acao, dando possibilidade a criacao efetiva de uma vantagem num local realmente precioso para a disposicao das condicoes de finalizacao. Desta forma, as combinacoes envolvem diretamente um baixo numero de jogadores, rentabilizando de forma positiva o binomio espaco-tempo.

Por ultimo, no momento de finalizar, surgem os jogadores que cuja contribuicao possibilitou o surgimento para a concretizacao final, pelo que depende da forma de jogar da equipe mas igualmente pelo constrangimento da jogada. A percepcao dos equilibrios determina a opcao de aparecer para dar linha de passe a ultima assitencia.

Tenteremos, agora, perceber relativizando ao estatuto posicional.

Tarefa Especifica
Pelos dados fornecidos por Castelo, percebemos um paralelismo com os pontos anteriormente abordados: os defesas sao os jogadores que possuem e dao mais apoio entre si, pelo que aparecem como jogadores essencialmente de apoio no que diz respeito a participacao no jogo ofensivo.

A medida que se avanca no terreno, os apoios comecam a dminuir, porque a necessidade de correr mais riscos sera superior, pela maior intensidade da adversidade e pela maior proximidade do objetivo de jogo. Assim, a funcao de cobertura ofensiva pelos jogadores de retaguarda faz-se nao so na consciencia de apoio ao portador da bola, mas tambem de protecao no caso de perda da posse da bola.

Quando falamos dos medios, ee clara a tendencia diferencial entre o meio-campo defensivo e o meio-campo ofensivo, com os apoios a diminuirem preferencialmente de dois para um no direcionamento para a baliza; encontramos, desta forma, uma relacao com a circulacao tatica, tendo a zona do meio-campo como zona privilegiada de construcao das acoes de ataque, por estar proximo deste mas com menor pressao, em que existem jogadores com diferentes funcoes: uns de apoio e protecao (medio defensivo, correspondendo ao meio-campo defensivo), e um assumir de maiores funcoes de risco e criatividade (meio-campo ofensivo).

O ultimo setor, na maior parte das oportunidades, caracteriza-se por a zona do terreno de jogo com menor numero de apoios, caminhando tendencialmente para a ausencia destes, significando que os companheiros deverao incidir fundamentalmente na procura de espacos para receber a bola em situacoes mais favoraveis de finalizacao, quer para que sejam mais proximos da baliza, quer para que a jogada se desenrole de forma mais rapida.

Assim, podemos concluir que, a medida que nos aproximamos da baliza do adversario, os jogadores executam preferencialmente tarefas de procura de situacoes que surpreendam o adversario, levando a riscos de perda de posse de bola pelos menos apoios, sendo que as acoes de cobertura e seguracan sao executadas pelos jogadores da retaguarda, cujo risco compesa menos pela distancia a baliza do opositor.

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