Quando uma equipe se encontra em momento ofensivo, devera evidenciar, em toda a sua plenitude, comportamentos coordenadamente complementares a fim de atingir os objetivos do coletivo. Para tal, estao definidos principios mais particulares e especificadores da acao ofensiva, como um padrao de inter-relacao mais contundente entre os elementos de uma mesma equipe na gestao das adversidades do jogo.
Penetracao:
O principio da penetracao ou progressao diz respeito a atitude basica ofensiva, reportando-se ao ataque a baliza ou adversario direto, bem como a criacao de vantagem numerica ou espacial, na busca de solucoes e condicoes para a progressao da equipe atraves da afericao das possibilidades de finalizar (gol como objetivo principal), procurando outras solucoes de finalizacao e de construcao, de acordo com as possibilidades deo o conseguir no momento. Como atitude tatica fundamental, encontra-se presente em todas as situacoes de jogo para todos os jogadores em simultaneo, como um despoletador de atuacao segundo os principios do jogo no sentido de orientar os comportamentos em direcao a baliza adversaria, ainda que num equilibrio entre as possibilidades e os objetivos finais e momentaneos.
Cobertura:
Quando o jogador com bola encontra uma situacao desfavoravel a sua progressao, a cobertura define o apoio direito mais marcante ao portador com bola, podendo redundantemente ser conhecida por linha de passe. EE essencial a progressao da equipe no terreno de jogo, dando a opcao por um passe de dificuldade reduzida, para a eventualidade de o necessitar, bem como possibilita manter a posse de bola em poder da equipe; este apoio ofensivo serve igualmente como primeira linha de defesa no caso de uma perda da posse de bola.
Castelo diferencia acao de cobertura de acao de apoio, conferindo um significado de maior progressao ofensiva ao segundo, ou seja, poderemos ate verificar uma correspondencia a penetracao para a baliza, ainda que sem a bola.
Trata-se de um elemento de disponibilidade para a bola, cuja interacao dependera do portador da bola e do jogador em apoio, pelo que a relacao existira se houver a percepcao coordenada entre os dois jogadores. Pensamos que, mesmo que um jogador sem bola de apoio ao portador da bola, mas se nao houver uma relacao pratica entre os dois por constrangimentos do jogo, esta sera a condicao necessaria para a transformacao da acao de cobertura numa possibilidade de mobilidade.
Mobilidade:
Uma vez o jogador com bola tenha apoio para a procura de solucoes para a jogo da equipe, os jogadores nao diretamente implicados nessa acao poderao assumir comportamentos de mobilidade a fim de criar condicoes para a obtencao dos objetivos momentaneios com vista aos objetivos coletivos, podendo significar novas linhas de passe e/ou criacao de novos espacos. Assim, falamos de uma grande variabilidade de comportamentos com objetivos parciais variados, como seja o arrastamento de defensores adversarios ou a criacao de novas linhas de passe de acordo com as pretensoes coletivas, ou seja, apoiando o colega com bola na configuracao mais favoravel para o jogo da equipe. Assim, a mobilidade devera estar relativizada as pretensoes da equipe para o momento, coordenando-se com a configuracao coletiva e as suas pretensoes. Este comportamento tera repercussoes tanto em largura como em profundidade, a fim de criar apoios e espacos para a progressao da bola, pelo que falamos em mobilidade convergente (em direcao a baliza) e divergente.
Espaco:
O espaco ee uma essencialidade de jogo no processo ofensivo, pela necessidade de mais tempo para pensar, criar e aprimorar as acoes de jogo, definindo a disposicao (dinamica do sistema de jogo) e comportamentos em largura e profundidade, tal como a propria mobilidade ja fazia antever, por um lado, e dos quais a necessita, por outro. Assim, a criacao de relacoes faz-se com tanto mais clareza, intencionalidade e direcionalidade, quanto mais estas forem relevantes para o momento imediato da acao coletiva, na perspectiva de um futuro correspondente.
Os principios apresentados reportam-se, assim, a comportamentos assumidos pelas equipes de futebol, como um ponto de partida para a sistematizacao de uma linguagem comum, um codigo de entendimento que permita o alcancar dos objetivos a que a equipe se propoe. Por exemplo, sendo a penetracao ou progressao o elemento mais basico da atitude ofensiva, tendo este um entendimento especifico para uma equipe, a inter-relacao de principios resultara num jogar especifico e diferenciado de um outro que nao assuma a mesma opcao inicial.
Assim, a dinamica criada no coletivo acaba sempre por se revestir em aspectos particulares, especificos, resultando, em ultima analise, numa configuracao funcional espacial correspondente as pretensoes dinamicas da equipe.
Acerca deste aspecto, Garganta e Grehaigne identificaram um padrao de disposicao espacial interessante, classificando sobre tres formas:
- Ataque como elemento dominante: disposicao em triangulo com o cume orientado para a retaguarda do espaco de jogo;
- Defesa como elemento dominante: disposicao em triangulo com o cume orientado para a frente do espaco de jogo;
- Reforco do meio-campo como elemento dominante: disposicao caracterizada por um losango.
Assim se verifica o quanto a diposicao espacial dos jogadores ee determinada pela tendencia da forma de jogar, a fim de criar condicoes para que a dualidade defesa-ataque esteja de acordo com as possibilidades do coletivo. Esta configuracao de ocupacao do espaco relaciona-se com a dinamica do coletivo, ou seja, as relacoes dentro da equipe determinam tal, e nunca poderemos reduzir a estrutura da mesma.
domingo, 3 de janeiro de 2010
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