Paris Saint-Germain dá uma de camaleão

O Paris Saint-Germain enfrentou sexta-feira o Heptacapeão Lyon pela Ligue 1, a vitória era o único resultado que manteria a esperança de ambas as equipes de se tornarem campeãs francesas, como a partida terminou empatada acabou o sonho do Paris e também do Lyon, em compensação o Olympique de Marselha está mais próximo do titulo.

O PSG desde o principio do jogo usou duas variações táticas interessantes, ora a equipe se posicionava em um 3-5-2 sem líbero, ora se desenhavam duas linhas de quatro.

Quando estava no 3-5-2 - ou 3-2-3-2 - o clube parisiense contava com dois zagueiros - Camara e Sakho - e um lateral esquerdo - Armand - fixos, um pouco acima protegendo a zaga os dois volantes eram Makélélé e Clément, na linha da intermediária Rothen era o ala esquerdo e Ceará o ala direito com Sessegnon de meia "livre" entre os dois, mais a frente Giuly a esquerda e o artilheiro Hoarau pelo centro podendo cair pelos dois lados.

A segunda variação tática foi o 4-4-2, - ou 4-2-2-2 - para formar a primeira linha de quatro o então ala direito no 3-5-2 Ceará recuava e fechava pela direita, já na segunda linha Makélélé e Clement se mantinham na mesma posição anterior, enquanto que Rothen retrocedia um pouco e tapava a esquerda e Sessegnon saia do centro e pendia pela direita.

A sincronia do time do PSG foi realmente boa, não é fácil ficar trocando a cada momento de esquema tático, - fato que confundiu o Lyon - porém, observei alguns erros graves no setor defensivo, independente do esquema usado:

A marcação do PSG não começava no campo adversário, mas sim em seu campo e o pior é que a zaga e os volantes jogavam totalmente retraidos, - um pouco depois da marca do pênalti - isso gerava liberdade de movimentação pro adversário que tinha sempre no mínimo cinco jogadores de ataque, como os jogadores do Lyon se concentravam pelo meio a zaga esquecia das laterais, e era exatamente para as laterais que algum dos jogadores do Lyon abriam o jogo depois de exaustivos passes, com a bola os "pontas" cruzavam - isso explica os nove escanteios - ou chutavam pro gol.

Outro problema era a não volta dos alas e meia no 3-5-2 e dos wingers no 4-4-2, fato que propiciou uma vasta liberdade para o Lyon arriscar chutes de fora da área, afinal não tinha ninguém pra "pegar" quem vinha de trás para chutar.

No segundo tempo não houve mais 3-5-2 ou 4-4-2, o esquema adotado pelo técnico Paul Le Guen foi o 4-5-1(foto) - ou 4-2-3-1, a zaga, os volantes e os wingers permaneceram da mesma forma que no "FourFourTwo" já explicado, a única mudança foi a saída de Gyuli do ataque para o meio central, o que deixou Hoarau abandonado no ataque, na verdade nem tão abandonado, já que era de praxe o prodígio francês voltar para ajudar a defesa.

Independente da razoável sistemática faltou o PSG jogar, o time estar em retranca não é problema, o grave é jogar em retranca e não saber ter qualidade nos contra-ataques, - só teve um bom durante todo o jogo - outro ponto foi o meio-campo com vantagem númerica, mas que não roubava a bola nem mantinha a posse, e quando o time não tem posse deixa o outro jogar e quem joga chuta ao gol, por isso os 21 chutes do Lyon obrigando 8 defesas do goleirão Landreau.