O animal satisfeito dorme (Guimarães Rosa)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um entendimento de oposicao

Claramente, o maior constrangimento do ataque trata-se da organizacao defensiva adversaria, ja que ee esta que restringe o tempo, o espaco e, consequentemente, as ligacoes e tomadas de decisao dos jogadores.

Para que seja possivel entender o ataque e as suas multiplas formas, ee fundamental que se faca assentar numa capacidade de suplantar as dificuldades causadas pelo opositor, a fim de lhe criar igualmente restricoes para procurar os proprios objetivos da equipe. O conhecimento do adversario faz-se pelas suas componentes mais gerais, como sejam os principios da modalidade e os processos defensivos, partindo depois para a configuracao mais especifica de cada equipe.

Comecaremos assim por dissecar os principios da organizacao defensiva, que se classificam basicamente no contraponto com os principios ofensivos: contencao, cobertura defensiva, equilibrio e concentracao.

Baseando-se nos autores anteriores, percebemos que a contencao ee a acao de impedir o atacante com bola de finalizar e de progredir, limitando a sua capacidade de decisao pela diminuicao do tempo e do espaco, dando tempo para a organizacao defensiva e para a recuperacao de bola em condicoes mais favoraveis. Como a pretensao do ataque ee a finalizacao eficaz, a intensidade desta devera ser maior de acordo com a proximidade a baliza de quem defende, em equilibrio com as possibilidades de recuperacao (existencia ou nao de coberturas defensivas e ofensivas, qualidade tecnica dos intervevientes.

A cobertura defensiva caracteriza-se pelo apoio ao jogador que pressiona o elemento com bola, a fim de limitar o espaco nas costas e circundante, apoiando-o na sua tarefa de roubar a posse de bola ou de o ajudar caso este seja ultrapassado. Como vimos antes, a funcao de cobertura defensiva tem um papel fundamental na agressividade da defesa, pelo que a diposicao da equipe em cobertura no momento afigura-se como impreterivel.

O equilibrio ee claramente o contra-ponto a mobilidade ofensiva do adversario, no sentido de procurar manter a estabilidade defensiva da equipe.

Desta forma, este principio procura esclarecer que o meio fundamental para tal passa pelo fecho dos espacos e de jogadores livres e a cobertura de eventuais linhas de passe no centro do jogo, atraves da coordenacao das acoes defensivas, com fim ao reajustamento das movimentacoes moveis dos adversarios, constrangendo assim as acoes ofensivas, direcionando-as para o local desejado e da forma desejada.

Por ultimo, o principio da concentracao determina que os jogadores, em momento defensivo, devem posicionar-se no terreno de forma a retirar aquilo que mais o ataque necessita: espaco as acoes ofensivas no caminho para a baliza, isto e, profundidade e largura.

Os principios que dissecamos anteriormente sao abrangidos pelas equipes na sua globalidade, ainda que cada coletivo possua a sua configuracao particular, uma organizacao especifica; em momento defensivo, tal resulta em diferentes processos de defesa.

No entanto, a defesa, enquanto conjunto, coordena a sua acao de acordo com uma definicao: o conceito de marcacao. Queiroz define marcacao como o conjunto de acoes individuais de natureza defensiva, desenvolvidas no absoluto respeito pelos principios da defesa e que visam a anulacao e cobertura dos adversarios e espacos livres. Amieiro, por seu turno, aborda o valor da marcacao como sendo especifica, reportando que a importancia dada as possiveis referencias-alvo de marcacao e a enfase que se coloca em cada uma das referencias de posicionamento resultam em diferentes concepcoes para a organizacao defensiva.

A racionalizacao das acoes defensivas, mas fundamentalmente a logica com que se processam, sao constantes do processo defensivo, algo que sendo do conhecimento por parte da equipe que se encontra a atacar, podera tornar-se um trunfo com vista a atingir os objetivos pontuais rumo aos objetivos finais.

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