O animal satisfeito dorme (Guimarães Rosa)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Distinguindo modelo e concepção de jogo

Existe ainda a necessidade de distinguir modelo de jogo e concepção de jogo.

A primeira vista poderemos cair no erro de pensarmos estar a falar da mesma coisa, contudo e apesar de terem influencia um em relação ao outro, são dois conceitos manifestamente diferentes.

Para Guilherme Oliveira "(...) a concepção esta relacionada com o plano da organização das idéias, enquanto o modelo permite a operacionalização dessa mesma concepção.".

Assim aproveitando uma expressão de Mourinho, "Expus a minha filosofia, expliquei a minha metodologia de trabalho e disse o modelo e os princípios que gostaria de ver postos em pratica.", pensamos ficar bem patente que a concepção de jogo do treinador parece entrocar-se no processo de construção do jogo que um treinador pretende para a sua equipe.

Van Gall afirma que o mais importante para um treinador ee este ter uma filosofia de jogo e que só depois considerara o fato de esta ter de ser alvo de entendimento, por parte de todos os jogadores. Portanto, sustenta a importância da concepção de jogo para um treinador,

Nesta ordem de idéias, Freitas sustenta a mesma posição ao afirmar que, depois de se compreender a lógica do jogo e de termos consciência que existem tantos jogares quanto o numero de treinadores que existem, importante então definir claramente qual a nossa idéia de jogo.

De fato, este fenômeno sendo tão abrangente, leva o mesmo autor a referir que ee através da concepção de jogo do treinador, em paralelo com as suas idéias de jogo, que se consegue construir um modelo de jogo.

Pinto e Garganta padecem de opinião idêntica, quando afirma que o treinador, no momento da construção do modelo de jogo para a sua equipe, para alem de ter necessidade de considerar as suas idéias, as tendências evolutivas deve também considerar as características morfo-funcionais e socio-culturais dos jogadores que entrarão nesse modelo de jogo.

Reparemos então no que referem Leal e Quinta para os quais o modelo de jogo consiste na concepção do jogo idealizado pelo treinador e diz respeito a um conjunto de fatores necessários para a organização da equipe no que concerne aos processos ofensivos e defensivos.

Pensamos que terá importância mas que não se esgotara nisso. Nesse sentido, Guilherme Oliveira sustenta a nossa opinião referindo que, aquando da construção de um modelo de jogo para uma equipe terá de se ter em conta: a concepção de jogo do treinador, as capacidades e características dos jogadores, os princípios de jogo, as organizações estruturais e a organização funcional. Portanto, não restringe a sua perspectiva apenas a concepção de jogo do treinador.

Carvalhal estará mais de acordo com este ultimo, ao sugerir que o processo de modelação ee elaborado em função da concepção que o treinador tem de futebol mas que, no entanto, o treinador deve ter em conta a concepção de jogo que os jogadores possuem (o que os jogadores têm na sua cabeça).

Na nossa opinião, estas duas ultimas opiniões serão as mais consensuais, na medida em que o processo de construção de um modelo de jogo assenta em inúmeros aspectos, tendo todos eles importância efetiva preponderante, e a concepção de jogo de um treinador, ou dos jogadores, poderão ser um aspectos a considerar.

Por exemplo, um outro aspecto de extrema importância, aquando da construção de um modelo de jogo, poderá ser o contexto onde este se vai construir. Se for no Futebol Sênior necessitara de determinadas características especificas que no Futebol Formação poderão não ser tão preponderantes, e vice-versa.

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