O animal satisfeito dorme (Guimarães Rosa)

domingo, 9 de maio de 2010

Trecho da entrevista de Luisa Estriga

trecho da entrevista da professora luisa estriga

Ou se ha alguma coisa que indique... (ate que ponto a especificidade do processo de treino se relaciona com a maior ou menor incidencia de lesoes nos desportistas)
Sobre isto quero dizer-te que talvez eu nao tenha entendido bem a tua questao. Mas para esclarecer, a especificidade do treino tem tudo a ver com as patologias especificas de cada modalidade, particularmente no que diz respeito as de sobrecarga (overuse). Mas se quiseres ir mais longe tambem interfere, e muito, na re(abilitacao) desportiva pos lesao (pos alta medica). Ha um outro dominio que decorre da especificidade da carga inerente ao proprio jogo. E ha algumas diferencas, por exemplo, entre homens e mulheres relativamente a incidencia lesional. Incidencia ee o numero de lesoes por 1000 horas de pratica ou por 1000 horas de jogo. Deste ponto de vista nao ha grandes diferencas entre homens e mulheres, em especial quando estudadas as competicoes internacionais mais importantes (seniores). Mas existem diferencas metodologicas e amostrais que limitam a comparacao entre estudos. Por exemplo, ee dificil comparar um campeonato regional com o mais alto nivel de pratica, fundamentalmente por causa do modelo de jogo, estamos a falar de modelo de jogo e modelo(s) de atleta(s) completamente diferentes.
Aquilo que me parece ee, que de fato ha aqui uma especificidade de um padrao lesional associado a especificidade de uma determinada modalidade, indiscutivelmente. No caso do handebol ha lesoes que sao especificas da pratica da modalidade, tem a ver com os padroes motores. No caso da lesao do cruzado, as mulheres lesionam-se 4 a 10 vezes mais que os homens a praticar a mesma modalidade. E lesionam-se sem oposicao, quando o andebol ee considerado um desporto de contato; e ee por ser um desporto de contato e de invasao que se encontra uma taxa de lesoes traumaticas superior a outras modalidades. Mas ee um fato que a lesao mais grave ee a lesao do cruzado, o que leva muitas vezes ao abandono da carreira desportiva de atletas muito jovens, estamos a falar de por vezes potenciais talentos com 16, 17, 18, 19 anos. O fato da lesao ocorrer usualmente sem contato e quase sempre em jogo, numa mudanca de direcao e enquanto estao em determinadas posicoes, ou seja quando estao em determinadas funcoes em jogo, levanta-nos algumas questoes. Porque so em jogo? Porque naquela idade? Isto tem a ver com a especificidade, no meu ponto de vista. Agora quer isto dizer que as preparamos mal, ate aquela fase em que a exigencia defensiva aumenta? Porque ainda que faca uma mudanca de direcao sem contato, eu fiz uma mudanca de direcao para ultrapassar a defesa, se isso traduz-se num aumento de velocidade, se traduz num superior afastamento dos membros inferiores, que aumenta o stress do ligamento cruzado ee outra questao. E que ee que os autores tem verificado? Neste momento, qual a grande duvida? Ainda nao ee claro, quais sao os fatores de risco, ou seja, ha muitos fatores de risco e parece que eles interagem. Quando se estuda um unico fator, por exemplo, a forca muscular, nao se encontra relacao entre os niveis de forca, ou os desequilibrios entre os quadricipetes e isquio tibiais e a ocorrencia de lesao, quer dizer que provavelmente existem varios fatores que se influenciam uns aos outros e depois nao se conseguem isolar; nao se consegue perceber qual o fator determinante, sao um conjunto de fatores que possivelmente interagem. Se calhar ha pessoas que estao mais em risco que outras. O que a mim me parece claro ee, que ha idades de risco ee, ha posicoes de risco, posicoes que tem a ver com as funcoes de jogo, com a especificidade, do que ee o jogo.

E essas funcoes e essas posicoes, se calhar, sao tanto mais de risco quanto menos especificidade for contemplada no processo de treino.
Agora, qual a grande preocupacao dos primeiros anos da formacao? EE a prevencao. EE olhar para o treino e pensar, como ee que eu posso prevenir. As orientacoes focam a importancia do treino na melhoria dos niveis de forca e correcao de desequilibrios, mas num contexto especifico. Mas mais importante ee o controle neuromuscular e a proprioceptividade. Relativamente as mulheres, por questoes anatomicas, elas fazem as mudancas de direcao e recepcoes de forma diferente do homem, o que leva os autores a sugerir que ee nas situacoes especificas, dinamicas e contextualizadas, o problema do alinhamento dos membros inferiores deve ser corrigido.
Nao sei se me estas a entender... (estou). E entao, comecou-se por se fazer isto em idade senior, tendo-se observado uma diminuicao da incidencia lesional no LCA. Eu tenho algumas duvidas sobre a forma como estes estudos tem sido feitos, mas as orientacoes atuais apontam para que se comece a fazer prevencao antes desta idade, durante a formacao, antes de chegarem a "fase critica", em idade e escalao (modelo de jogo).

Ou seja, vai de encontro com aquilo que eu procuro defender, que a especificidade deve de fato ser um requisito do treino, mas nao do treino so a nivel do rendimento superior, tambem na formacao, ai se calhar ee tanto mais fundamental e faz cada vez mais sentido, visto que os miudos e as miudas, cada vez comecam mais cedo a procurar a pratica formal das modalidades, e nesse sentido a necessidade de prevenir, porque as lesoes quando surgem, pelo que disse, sao aos 17, 18, 19 anos, quando elas...
Ja passaram alguns anos ate chegar la...

Ou seja, ha uma habituacao, e uma adaptacao do corpo que nao ee talvez a mais ajustada, para a especificidade da atividade que eles vao desempenhar.
Para entenderes isso, eu teria de entrar em algumas questoes do processo de treino, nos escaloes de formacao, que eu acho que estao desajustados, o tem a ver com a especificidade. Eu acho que se treina pouco e pouco especifico, nao ee em funcao da equipe senior, do que sao os padroes seniores, mas ee o especifico que ee o proprio jogo daquela idade. Eles chegam ao jogo e tem uma exigencia diferente daquele que tem no treino, mas isso nao ee relevante porque estamos a afalar de infantis e inicadas, quando ainda nao tem grandes dificuldades em ultrapassar a oposicao que encontram no jogo formal. As raparigas nao tem grande dificuldade e isso acab por passar despercebido aos treinadores, mas quando chegam as juvenis e juniores ai sim ee diferente, os problemas que se lhe apresentam sao diferentes. (Ou seja, depreende-se ai que...) Se calhar ha uma ma preparacao para os problemas de jogo, mais que tudo.

Alem de para o proprio jogo, tambem para o jogo em termos de gerais para a competicao, sobretudo. O que eu depreendo dai ee que se calhar o treino, alem de nao contemplar uma determinada especificidade de jogo ou de um jogar de uma determinada equipe para o qual, se calhar os jovens ja deviam ser preparados, tambem nao contemplam, pelo que tenho visto ao longo da pesquisa que tenho feito na minha monografia, que ee a competicao que ee fundamental na formacao dos miudos. Ou seja, o treino desde as idades mais precoces deve contemplar, para fazer sentido a tal logica de especificidade, a competicao. E se calhar ee esse o grande defice que acontece na formacao e se calhar os proprios quadros competitivos serem desajustados, porque de um momento para o outro ha um choque, por assim dizer, para o qual nao estao preparados, e no entanto quando passam a seniores tem de se confrontar com eles.
Eu acho que no andebol, nos temos uma estrutura de competicao desajustada, nao ee uma questao de quadro competitivo, ee o proprio jogo que nao esta ajustado aos 10, 12 anos, ou seja, a logica de ter um jogo formal nos 10, 11 e 13 anos. Nos bambis aos 10 anos jogam 5x5, otimo trabalho, muito bem. Quando passam dos bambis para os infantis jogam 7x7.
Tu deste didatica aqui, e deves perceber a dificuldade que ee para os miudos de 10 anos jogar 7x7. O que ee que acontece, ainda por cima tens treinadores que fazem sistema defensivo 6:0, entao, tu "no outro lado" basta teres um ou outro que remate mais ou menos de primeiro linha e resolvem este problema e como tal vao "devagar, devagarinho" ate ao ataque. E quando ha contra ataque, ee so uma ou duas que sao mais evoluidas para aquele nivel e que resolvem o jogo. Normalmente o jogo de infantis, erradamente, ee muito suportado em duas ou tres, todas as outras (e exclui todas as outras). E mesmo assim, se formos ver a frequencia com que fazem mudanca de direcao e para que lado a fazem, ee pequena. E depois tens o treino que ee muito pouco especifico. Quando elas chegam as seniores, aos juniores seniores, como sao escaloes mais evoluidos, e entao nas seniores, e muitas das miudam lesionam-se. Sao miudas que jogam nos juniores e como sao melhores juniores passam rapidamente a jogar nas seniores. Como temos poucas praticantes em Portugal, as melhores passam la para cima. Entao elas tem de aprender a resolver problemas que nao estavam habituadas, e ja nao ee so aqui que se coloca o problema, ee que tudo o resto, ee que isto ee um todo nao ee? Se tem a ver com isso, porque ee que elas nao se lesionaram antes disso?
Algumas delas tiveram a menarca aos 12 anos. Lesionam-se aos 18 porque? (Porque ee ai que tem as exigencias...) as exigencias competitivas. EE uma especificidade diferente. O jogo ee diferente, e eu nao tenho duvidas que ee.
Porque apanham seniores que jogam ha muitos anos, que tem muitos anos de pratica e que lhe tiram, por exemplo o lado forte. No andebol, lembraste das fintas? Fazes finta para o lado de forte, as miudas fazem finta para o lado de "Fora" na formacao e resolvem aquilo facilmente e habituam-se, mecanizam aquilo. Chegam as seniores nao tem esse lado forte, porque elas tiram, e agora ir para o outro lado? Claramente, nao estao preparadas para isso e basta um toque que elas ficam desequilibradas. Ha muitas lesoes que tem a ver com isso.

Em relacao aquilo que falou, la esta, o corpo ee um todo, e esse processo de treino ao longo de anos durante a formacao, se calhar desajustado, vai se repercutir a esse nivel, no todo tambem. Ate que ponto esta plasticidade que o treino induz numa adaptabilidade, ate que ponto, isto ee tanto mais possivel quanto a especificidade for contemplada, e de que forma isso se revela tanto no cerebro como no musculo como nas relacoes entre ambos, que talvez seja o mais importante.
Isso ee uma pergunta pertinente, mas de dificil resposta. Do ponto de vista muscular, e conheces o biodex. Do ponto de vista muscular, temos a dizer que se os isquiotibiais forem fracos comparativamente aos quadricipetes o risco de lesao do cruzado esta aumentado. Entao ee de esperar que com a pratica as atletas chegassem aos 17, 18 anos mais desequilibradas, que isso fosse um fator. Estas a acompanhar meu raciocinio? Nos verificamos, que elas sao mais desequilibradas nos primeiros anos e quando entram. Quer dizer, que elas se tornam mais equilibradas com a pratica. Ainda assim tem valores abaixo dos valores de referencia, mas todas elas tem. Todas elas tem niveis, o racio entre isquiotibiais e quadricipetes inferior aquilo que ee proposto na literatura. Fator de risco todas tem, mas ee curioso que so algumas se lesionam, e ee quando estao a fazer determinada funcao (la esta, porque se calhar ha uma adaptacao mecanica...); agora, os musculos sao muito importantes. Sao muito importantes na estabilizacao do joelho, sao determinantes para tudo. Os musculos do trem inferior, e olhando so para esses, e esses sao importantes na estabilizacao ativa do joelho para a funcao, daquelas posicoes. Eles falham, falha a parte muscular e falha a parte ligamentar. Quer dizer que eles sao expostos a algo, que ocorre no jogo que eu nao consigo reproduzir no treino, ou mais que isso, nao consigo prevenir no treino. O que levanta serias questoes, mesmo do ponto de vista muscular. Se isso ee tao importante, tambem ao nivel de propriocepcao. Se depois ha algo que tem a ver com o inconsciente, que tem a ver com o como ee que eu decido, a percepcao que eu tenho da situacao e como ee que eu decido, naturalmente que deve ter. Fadiga nao ee, porque elas lesionam-se em qualquer altura, nao se lesionam no final do jogo nem no final... (final das epocas, nem... ) Nao! Nao ha uma relacao entre uma fadiga e isto. Ha provavelmente um problema de controle muscular, neuromuscular. Hoje a grande orientacao esta no controle neuromuscular.

Dai a necessidade de entender o musculo e os tecidos que sustentam o movimento nao somente como efetores, mas se calhar como estruturas inteligentes, por assim dizer. Que conseguem captar o contexto e adaptar-se, em funcao da experiencia motora.
EE nessa logica que faz sentido que, eles estejam a investir neste momento na prevencao nos escaloes de formacao nessa questao inteligente. Um dos fatores, que parece contribuir ee o desalinhamento do membro inferior. Porque ee que ele acontece num determinado jogo, num determinado contexto em funcao de determinada posicao e nao aconteceu antes? Quer dizer que nao treinei especificamente, a especificidade suficiente para o tipo de defesa que me vai aparecer nos seniores. Mas, porque ee isto aconteceu precisamente naquela idade, mais naquele lugar. Quer dizer que falhou alguma coisa, e ee o controlo neuromuscular, ee. A que nivel, ninguem sabe muito bem.

Uma vez que lida mais com jovens do sexo feminino se calhar nao tem tanta percepcao, mas provavelmente tambem tem, porque ve o andebol masculino, tambem tem um filho percebe o que ee que se passa com ele. O fato, de cada vez menos as vivencias dos miudos irem no sentido da variabilidade e do enriquecimento do repertorio motor, por exemplo quando andavam descalcos, brincavam na rua saltavam, ate que ponto isto tambem ser um aspecto importante ou pode levar a uma maior prevencao, por uma educabilidade desses neutrotransmissores e das estruturas proprioceptivas. Ate que ponto isto, pode interferir na maior propensao de lesoes, a diminuicao destas vivencias?
No caso feminino ee claro, mas nos nao temos muitos padroes de comparacao vou-te explicar porque. Porque o boom da participacao da mulher no desporto ee mais recente. (Pois, por isso ee que se calhar nao ha uma percepcao tao grande). EE dificil, mas parece que o numero de lesoes nao tem vindo a aumentar. Hoube um boom de lesoes, particularmente quando se comecaram a ver mais jovens na pratica desportiva. Entendes o que eu estou a dizer? (Se calhar houve um descurar do treino...) EE dificil estar a avaliar isso, mas eu nao tenho duvidas que essas vivencias motoras enriquecedoras, e de alguma forma tambem de exploracao motora que as criancas hoje nao tem, de descoberta, nao tem essa possibilidade, eu acho que ee limitador e tanto mais limitador, quanto mais eles entram num processo de especializacao, de mecanizacao de determinadas solucoes, para um jogo que exige outro tipo de solucoes, que ee isso que eu acho que acontece.

La esta, especializacao versus especificidade.
EE diferente, eu concordo contigo, ou seja, nos incorremos numa especializacao sim, e o maior problema nao ee ser especializacao, ee o tipo de especializacao, que ee a mecanizacao de um padrao motor que nao corresponde aquilo que depois acontece no jogo. Eu fazer "esquerda-direita-esquerda" sem oposicao, ensinar isto quando chego ao jogo, e tenho um defensor em que o esquerda-direita-esquerda nao serve (ee esterilizar o jogo).
EE isso que acontece, ee isso que tem vindo a acontecer, e ee o que tens no andebol, e eu nao sei o que vai acontecer nos proximos anos, mas o jogo de andebol esta a evoluir muito ao mais alto nivel. Ou seja, ee um jogo mais rapido, maior numero de decisoes, menos tempo para decidir, menos jogadores envolvidos nas decisoes, isso ee o que esta a acontecer ultimamente. Se iso se vai traduzir num maior numero de lesoes, por exemplo? Se calhar vai. Mas so vai se o treino nao preparar para aquele tipo de jogo que esta a haver agora.
Agora, as raparigas ee possivel que tenha a ver com isto, ee possivel.
Depois ha muitas coisas curiosas, ha uma atleta da selecao nacional que rompeu o cruzado, e eu perguntava-lhe: "mas porque achas que rompeste o cruzado?" e ela: "na verdade eu nao entendo bem, porque foi na altura que eu estava mais forte fisicamente, foi na altura que fazia mais musculacao". Humm!
Mais musculacao ee, curioso, ela fazia mais musculacao, mas nao quer dizer que aquela musculacao que ela fazia tivesse, transfere direto para as exigencias, antes pelo contrario. Antes pelo contrario. Se calhar aquela musculacao, que ee descontextualizada da pratica, induziu exatamente o contrario, menos estabilizacao do joelho. (E nao ee so isso)... ate alteracao no padrao muscular, provavelmente, estou eu a especular.

E ate das proprias estruturas perceptivas do movimento. Porque o msuculo hipertrofiou, mas nao o educou, ou educou de uma forma contraproducente, para aquilo que era desejado, para a especificidade que ela...
Pode ate ter induzido em desequilibrios. Elementos de destabilizacao a nivel do joelho, por ter musculado musculos que ela nao (alteracoes biomecanicas que...) Exatamente! Isto ee, neste momento a grande maioria da investigacao centra-se nas questoes neuromusculares, tambem da prevencao de lesoes a nivel do cruzado. Isto ee muito especulativo.

Mas contudo, implica um entendimento diferente daquilo que se tem vindo a fazer.
Claramente, e acho que tambem ee um salto, hoje em dia os grandes investigadores nesta area da prevencao dizerem, que a prevencao tem de ser acima de tudo, e que esta educacao motora, ou seja, que esta educacao motora, esta educacao neuromuscular se quiseres deve contar desde o inicio. Mas, eu so consigo corrigir isto, repara, eu so consigo corrigir isto, e isto ee tanto mais importante quanto maior ee a velocidade, porque quando elas sao mais novinhas, elas fazem isso a menor velocidade, o problema ee quando aumenta a velocidade como deves imaginar.

E a interferencia contextual da maior oposicao.
Exatamente, por isso quanto mais cedo eu comecar este reeducacao, com estas preocupacoes do ponto de vista neuromuscular, e da orientacao do membro inferior na realizacao de determinadas situacoes. Mas, eu tambem so consigo corrigir se for dentro daquela especificidade que ocorre no jogo. Se eu nao estiver a fazer, a corrigir o alinhamento do membro numa situacao em que ela esta na posicao frente a baliza, nao faz muito sentido.

Podemos entao, desta conversa, ate ao momento, ter pelo menos tres pontos-chave, que talvez entronquem naquilo que eu defendo ser a especificidade precoce, ou seja, ja contemplada desde muito cedo que sao: a necessidade de competicao no treino, ou de uma estrutura analoga aquela que eles vao encontrar no jogo, contemplar isso nos treinos; a necessidade de variabilidade em termos de reportorio motor em especificidade e em especificidade em funcao nao so do jogo que se pretende para aquela equipe, mas tambem da propria estrutura, do padrao motor por assim dizer, daquela modalidade, ou sejam variar dentro daquele jogo; e a necessidade de educar o musculo, atendendo tambem aos aspectos neuromotores, nao so em termos de atrofia, da carga, do treino convencional, por assim dizer.
EE como tu dizes, o mais importante nisto tudo ee a especificidade. E tem a ver com as especificidades do jogo de andebol, e a especificidade do jogo engloba isso, ee variabilidade, ee competicao ee uma competicao contextualizada. Ela ee especifica, sendo especifica (especificas da modalidade, e do jogo daquela equipe, mais do que...) ok, eu percebo o que estas a dizer, mas eu, nao tenho duvidas que a competicao ee um fator determinante, ate por questoes motivacionais, e isto tem... Nao ee preciso mais, se eu juntar a esta especificidade, se quiseres do ponto de vista dos problemas que o jogo coloca, e da resolucao juntando com competicao, obviamente que, a especificidade passa por isto tudo.

Em termos da especificidade, esta especificidade implica um entendimento do jogo como algo plural, ou seja, eu tenho esta equipe, face a estes jogadores eu posso pretender este tipo de jogar, se tiver outra equipe e tiver outro tipo de jogadores ou outro treinador pode ter outra concepcao de jogo completamente diferente, logo um concepcao de treino diferente, logo ee um entendimento plura. Agora isto vai implicar tambem, diferentes tipos de inteligencias corporeas, la esta a educacao do musculo e dos receptores, dos fusos neuromuscular, dos complexos de golgi, tudo isso, uma educacao diferente para aquele jogar. O que vai tambem implicar diferentes anatomias para aquele jogar. Porque se eu tenho um jogo, no caso do andebol, que aposta mais em mudancas de direcao, que aposta mais no confronto e isto pode determinar os tipos de comportamentos por parte da equipe. Vou querer que os meus jogadores, tenham uma adaptabilidade tal, que lhes permita dar a resposta a essas exigencias da mesma forma que isso, se calhar vai ter implicacoes biomecanicas, ou seja, a especificidade vai permitir contemplar inteligencias diferentes, para aquele jogar implica um conhecimento diferente para se jogar aquele jogo e isso vai ter repercussoes na anatomia dos proprios jogadores, que vai variar se calhar em funcao das posicoes que ocupam em campo e tambem da propria biomecanica dos proprios jogadores.

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