O animal satisfeito dorme (Guimarães Rosa)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O futebol é mais do que a bola: Parte V

MODELO DE JOGO.

O artigo abaixo não foi feito por mim, trata-se de uma junção de várias fontes diferentes.

Frases de Mourinho:

O mais importante numa equipe de futebol é ter um modelo de jogo, um conjunto de princípios que dêem organização a equipe. Por isso a minha atenção é para aí dirigida desde o primeiro dia. (Mourinho)

Gosto que a minha equipe seja uma equipe com posse de bola, que a faça circular, que tenha bom jogo posicional e que os jogadores saibam claramente como se posicionarem. Aliado a isso, defender bem e ter qualidade individual (o que marca determinados momentos do jogo) também são fatores cruciais. Um bom posicionamento defensivo enquanto equipe, formando um bloco compacto que possa jogar com linhas muito juntas, é outra característica das minhas equipes. (Mourinho)

O futebol, embora não aparente, é um jogo de alta complexidade, aja vista que cada jogador pode executar, durante as diferentes fases do jogo, inúmeras ações diferentes. Ao receber a bola o jogador pode: Migrar para as laterais ou verticalmente avançar ou progredir, tocar para qualquer um dos seus dez companheiros, tentar o drible e depois tocar para o atacante, tentar o drible e depois tocar para o lateral, sair em disparada e finalizar, dar um chutão para frente, prender a bola etc. Caso cada jogador da equipe agisse a seu beu prazer, o time estaria fadado a desorganização e consequentemente ao fracasso. É aí que entra a importância de um Modelo de Jogo. Esse Modelo fará com que cada jogador faça determinadas ações nos determinados momentos de jogo e que essas ações interajam entre si, fazendo com que a equipe tenha sistematização, fato este que, sem dúvidas, é favorável ao sucesso.

Modelo de Jogo: Plano tático-físico-técnico-psicológico-estratégico objetivado por um treinador, ou mais,que visa um determinado padrão de comportamento, que acaba por se tornar uma cultura, na qual o jogador tem como guia de comportamentos; definindo limites para as decisões que serão tomadas nos jogos. O Modelo de jogo é definidor, pois dele surge o grande princípio da Especificidade, pois só é possível ser específico se ao treinar, seja reproduzido pequenos ou grandes fractais do modelo de jogo, e para isso tem que se ter um Modelo pré-definido, para saber onde se quer chegar.

O modelo de jogo é a forma e o modo como o treinador deseja que sua equipe se comporte nos mais diferentes momentos de uma partida.

Para definir o modelo de jogo é preciso levar alguns pontos em consideração:

- Idéia do Treinador: Aqui o treinador irá definir as linhas gerais do modelo de jogo, de acordo, é claro, com o que ele deseja.

- Princípios e Sub-Princípios de Jogo: Os princípios de jogo e os sub-princípios de jogo são comportamentos e padrões de comportamento que o treinador quer que sejam revelados pelos seus jogadores e pela sua equipe nos diferentes momentos de jogo - organização ofensiva, organização defensiva, transição defesa-ataque e transição ataque-defesa.

- Organização Funcional: A organização funcional é a junção dos princípios e sub-princípios de jogo, pois na agregação desses dois a equipe revela uma identidade própria, que é exatamente a organização funcional.

- Características dos Jogadores: A característica dos jogadores é uma condição fundamental para a definição do modelo de jogo. Se a definição do modelo de jogo é elaborada antes da constituição do plantel, as características dos jogadores devem ser aquelas que melhor serve o modelo de jogo, já quando o modelo de jogo é feito após a elaboração do plantel, é o modelo de jogo que terá de ser definido de acordo com as características dos atletas.

Alguns treinadores utilizam um determinado modelo de jogo numa equipe e quando vão para outras querem continuar com o mesmo modelo de jogo, o problema é que com a diferença de jogadores um modelo que dava certo pode passar a não dar.

- Organização Estrutural: Na organização estrutural serão definidos o sistema de jogo da equipe (4-4-2, 3-5-2 etc) e as características individuais dos diferentes atletas por posição.

- Histórico do clube - Alguns clubes e torcidas tem horror a determinados modelos..e para haver uma adaptação a isso, tem que se ganhar sempre e como isso é muito dificil..

- Qualidade dos jogadores ( e isto envolve todas as dimensões, ou seja de nada adianta um jogador muito técnico, sem suporte mental para desenvolver determinado modelo de jogo..qualidade individual é fundamental)

- Estrutura do local - Tem modelos de exercício que alguns clubes não suportam, pela falta de materiais, e estruturação.

Atráves de um modelo de jogo bem definido é possivel uma regularidade competitiva e evolução constante nos comportamentos da dominante tática para que se atinja o pico do modelo de jogo.

Para Silva, este denominado Modelo de jogo final nunca existira, esta portanto constantemente a ser recriado, funcionando o treinador como líder na sua construção, tendo como papel especifico o de criar, interferir e catalisar a concretização do seu processo de construção.

Criar um Modelo de Jogo ee um caminho longo e de difícil progressão. Para Castelo este caminho de construção terá, obrigatoriamente, que contemplar rupturas, ou seja, este não devera ser um caminho continuo, porque o modelo deve ser alvo sistemático de interrogação de forma a ser progressivamente construído, desconstruído e reconstruído.

INDIVIDUALIDADE NO MODELO DE JOGO:


Castelo acrescenta ser necessária que cada jogador para alem de tomar consciência da superfície de jogo onde vai atuar, assim como dos seus limites e virtudes, toma consciência também das suas funções especificas de base no modelo de jogo da equipe e ainda das funções dos seus companheiros, subordinando os interesses pessoais em função dos coletivos.

Assim, assumimos o mesmo entendimento de Faria, para o qual o jogo ee uma construção ativa de escolhas e decisões dos jogadores, tendo por base um ambiente de constrangimentos e múltiplas possibilidades. Por isso, o modelo será tanto mais rico quanto mais possibilitar aos jogadores acrescentar a sua própria criatividade e talento, em jogo, sem adulterar as premissas deste.

Criatividade individual sim, mas contextualizada e por isso uma criatividade balizada por um aspecto macro, que ee o modelo de jogo.

O modelo de jogo deve atuar como um padrão de escolhas para os jogadores orientando as suas decisões.

Assim, ao modelo de jogo para estar associado um modelo de jogar. E este, na nossa opinião, terá de ser um jogador ativo, com intenção de participar na construção de um jogar que interessa a esta perspectiva de entendimento do processo de treino.

Referências Bibliográficas:

Modelo de Jogo - Joca Mariano, 2006.

http://futeboltatico.wordpress.com/2008/07/14/o-modelo-de-jogo - Leandro Zago.

http://futebolodesportorei.blogspot.com/2009/09/o-primeiro-passo-de-um-treinador-tera.html - T.Nogueira.

Modelo de Cargas Intensivas (Tschiene).

http://periodizacaotatica.blogspot.com/2009/11/modelando-o-modelo-de-jogofases-que.html - Site.

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